quarta-feira, 19 de maio de 2010

Mosteiro e Aqueduto de Bustelo



A fundação do Mosteiro de Bustelo remonta ao século X, sendo certa a sua existência em 1065. Terá sido fundado pelo filho mais velho de Nuno Pais, ilustre fidalgo pertencente à família dos "Sousões". Terá pertencido ao monaquismo autóctone e passado para beneditino no século XI, permanecendo fiel à Regra de S. Bento até à sua extinção, em 1834.

Pouco se conhece do que foi o Mosteiro de Bustelo antes da reconstrução, que se iniciou a 13 de Agosto de 1633. Tal restauro acabou por se desenhar numa completa reformulação do edifício anterior. O edifício que hoje existe é, todo ele, posterior a essa data.

A igreja do Mosteiro de Bustelo, de planta cruciforme, possui apreciáveis dimensões, de onde sobressai a Capela-mor e o Coro Alto. A construção da igreja iniciou-se em 1695 pela fachada principal e só viria a terminar em 1752, com a conclusão da Capela-mor. Possui, nas capelas laterais, três altares, onde sobressai num deles a imagem da Senhora da Saúde, venerada desde há muito no Mosteiro de Bustelo, com festa na segunda-feira de Páscoa. No corpo da igreja existem mais quatro altares, no entanto a grandiosidade e a beleza da igreja reflectem-se no altar-mor, em estilo rococó, dedicado ao padroeiro de Bustelo (S. Miguel) e ao fundador dos beneditinos. De facto, o altar mor só é rivalizado pelo coro alto, com um cadeirão em talha "rocaille" e onze telas a óleo descritivas da vida de São Bento e Santa Escolástica, sua irmã.

Ainda no coro, existem duas varandas, uma delas destinada a um órgão de tubos que terá sido levado dali para a igreja da Misericórdia, em Penafiel, aquando da elevação desta cidade a sede de Bispado, em 1771.

O mosteiro propriamente dito é composto por um claustro e quatro dormitórios, equivalentes aos quatro pontos cardeais. A sua situação geográfica permite, a partir dos antigos dormitórios, uma vista esplêndida. Além destes elementos, possuía, obviamente, adegas, celeiros, refeitório e cozinha, entre outros. A sua construção, iniciada em 1633, só viria a terminar no século XVIII. De realçar a presença, no centro do claustro, do herói mitológico Hércules e ainda de um relógio de sol colocado no lanço Norte do claustro.

Com a extinção das ordens religiosas após a revolução liberal de 1832-34, grande parte do mosteiro foi expropriada. Actualmente todo esse complexo está em ruínas, mas não deixa de ser apaixonante visitar e imaginar a imponência de outrora. Que tem sido preservado.

No tempo em que o mosteiro era habitado pelos monges beneditinos, o aqueduto servia para conduzir a água até ao mosteiro e o abastecer do precioso líquido.

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